A teologia judaico-cristã tenta eximir
a Deus de responsabilidades sobre a “perdição” do ser humano para o inferno
através do simples argumento do “LIVRE
ARBÍTRIO”. Com este argumento tenta transferir para o homem a
responsabilidade pela sua “perdição” isto é: “O homem perdeu a salvação por
vontade própria, já que teve a opção de não fazê-lo, bastava obedecer a “ordem”
dada por Deus lá no início de tudo”
Vamos ilustrar, com uma pequena
estória, quão absurda é esta argumentação: “Um
pai muito cuidadoso com seus muitos filhos, um dia
resolve dar a cada um dos filhos, ativos, inteligentes e curiosos, um presente
desconhecido para eles e, nada convencional, um revólver cheio de balas. E, diz para os filhos: vocês podem brincar
com estes revólveres, porém, não aperte esta peça chamada gatilho e, apontando
para o mesmo, afasta-se e fica a observar de certa distância”. Pergunta-se:
conhecendo-se a natureza humana, quantos minutos levariam para que os primeiros
tiros fossem disparados e as primeiras mortes acontecessem? Esta estória pode ser comparada ao mito da ordem dada por Deus a Adão e Eva: “Não comam o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal”. Ora, se nós que somos humanos e falíveis, jamais damos ordens desta natureza aos nossos filhos; Jamais colocamos nossos filhos em situação de risco eminente; jamais colocamos nossos filhos sobre a beira de um precipício pra dizer: “cuidado para não escorregar se não você pode cair e morrer”. Muito menos Deus, em sua infinita sabedoria, deixaria o ser humano numa situação de risco.
Vejam que, mesmo para nós pais humanos, estas atitudes são inconcebíveis quanto mais para o maior de todos os pais, DEUS. Somente na remota existência da humanidade, na profunda ignorância e ingenuidade de nossa origem, pode-se admitir um pensamento tão absurdo. Entretanto, estórias como esta estão na Bíblia como se fossem “Palavra de Deus.” E, são nestes argumentos sem nenhuma sustentação coerente que milhões de pessoas, ainda hoje, se apóiam para afirmar que existe o inferno, e que muitos irão para esse lugar. E, o que é pior, para sempre, para toda a eternidade.
Ora, como um Deus tão poderoso, ainda, pode ser visto por grande parte da humanidade de hoje, como um ser capaz de permitir tal destino às obras de suas mãos? Tudo em nome de algo tão irrelevante chamado LIVRE ARBÍTRIO, chamado DESOBEDIÊNCIA?
Saibam estas pessoas, que a primeira coisa que vão fazer quando estiverem diante de Deus, possivelmente será, de cabeça baixa dizer: “Meu Deus, perdoe-me por ter pensado que o senhor fosse capaz de permitir algo tão mau quanto o inferno, para mim. Agora vejo que o reino do MAL nem se quer existe, somente este paraíso fantástico existe”. É claro que Deus não tem natureza humana para guardar ressentimentos, portanto, obviamente, não dará nenhuma importância à tão tola atitude do ser humano durante a vida terrena.
A sua estória simples ilustra perfeitamente a incoerência do relato bíblico sobre Adão e Eva que mostra um deus injusto punindo o primeiro casal pelo exercício do livre arbítrio (dado pelo próprio deus) já no começo da saga humana.
ResponderExcluirOra! Como eles, sendo inocentes (no sentido de não terem o conhecimento)teriam capacidade para discernir sobre esse pequeno dilema imposto por deus? Comer ou não comer do fruto do conhecimento.
Numa outra interpretação dessa fábula, diz-se que se trata da perda da inocência dos humanos causada pelo conhecimento do mundo com o advento de uma consciência mais complexa.
Isso é, quanto mais se tem conhecimento, mais responsabilidade se é exigida e mais consequências virão com os novos questionamentos, principalmente aqueles sobre a natureza divina.
É quando o ser humano passa a ter mais racionalidade, perdendo a inocência animal, questionando tudo à sua volta, se tornando o ser vivo mais poderoso (no sentido da capacidade intelectual) desse planeta
Até que é uma boa metáfora.
Abraços!
Imagina se tem sentido uma estória infantil, não pela infantilidade, mas, pricipalmente, pela incoerência, decidir o destino do ser humano.
ResponderExcluirMarcio, a grande cartada das teologias é a ignornâcia, a falta de conhecimento. Só a falta de conhecimento dos seres humanos primitivos, pede explicar que estórias como estas se transformem em dogmas e prevaleçam por milênios sem ser questionadas.
Como você mesmo sugere, existe outras interpretações mais coerentes, menos ingênuas, nem por isso, mais lógica, não é mesmo?
Marcio, Abraço, volte outras vezes!