Segundo algumas crenças e teologias orientais, não
há nenhuma dúvida que os animais são seres, espiritualmente, como
nos. Portanto, com alma e direitos a outra vida após a morte do corpo.
Entretanto, outras teologias, inclusive a teologia cristã não acreditam que os
animais possam ter os mesmos direitos que nos, após a
morte. Vamos mostrar, dentro da bíblia, que os
orientais estão certos em acreditar em outra vida para os animais:
Eclesiastes capítulo 3 versículos. 18 a 21 deixam muito claro sobre a
existência da vida eterna para os animais.
Vejamos o
que diz o v. 18: “... é por causa dos filhos dos homens, para que
Deus os prove, e eles vejam que são em si mesmos como os animais”. Temos
aqui a primeira afirmação, se somos como os animais, logo, eles são
como nós, portanto com a mesma natureza, não apenas corporal, mas também espiritual. Se assim não fosse, uma distinção entre corpo e alma teria que ser
feita: ou admitimos que o animal tem alma, ou admitimos que o homem não tem
alma. O versículo é claro, não permite aceitar uma alternativa em detrimento a
outra. Assim, se admitimos que o homem tem alma, somos
obrigados a admitir que animal também, já que os dois são iguais.
Só nesta condição o versículo pode ser verdadeiro.
Vejamos o
que diz o verso 19: “Porque o que sucede
aos filhos dos homens sucede aos
animais. Se sucede aos filhos homens ter direito a outra vida, então
sucede também aos animais porque esta escrito: o que sucede aos filhos dos
homens, sucede aos animais. Parece muito claro. ...e, nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais...” ora, se esta escrito
que nenhuma vantagem tem os homens sobre os animais, como pode o homem ter
direito e o animal não ter ? Isto é ou não é uma vantagem? Nenhuma vantagem é nenhuma
vantagem. Não tem mais
o que questionar, tá tudo muito
claro.
O verso 20 é
mais esclarecedor ainda: “Todos vão para
o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão.” . Assim, se a segunda parte do versículo refere-se ao corpo carnal, a
primeira parte só pode referir à essência, à alma ou espírito. A
palavra todos no início da primeira
parte do versículo inclui o animal
como companheiro do homem com destino ao
mesmo lugar, isto é, à vida após morte. Só vai para o paraíso após a morte quem tem espírito ou
alma. Se o animal não tivesse espírito ou alma, não poderia ir
junto com o homem para o mesmo lugar, após
a morte. Não há como entender da outra forma. O texto bíblico é muito claro.
No verso 21
temos uma pergunta que constitui, verdadeiramente, uma grande resposta a esta
questão. Uma pergunta que inibe qualquer pretensão de negar a existência de
alma e vida eterna para os animais: “Quem
sabe se o fôlego de vida dos filhos dos homens se dirige para cima e dos animais para baixo, para a terra?” Entende-se
aqui, por fôlego de vida, espírito
ou alma. E mais uma vez vemos uma passagem bíblica vinculando a natureza eterna
do ser humano a do animal.
Esta pergunta sábia e reveladora, poderia, sem
sombra de dúvidas, ser feita da seguinte forma: Você pensa que sua alma vai para cima, para Deus, então é bom pensar,
que a do animal também vai. Afinal o que faz você mais merecedor que ele, se
ambos passam pela mesma aventura terrena de nascimento, sofrimentos, aflições e
morte? O fato do animal não ter consciência destas circunstancias, nesta
vida, não o torna menos merecedor que nos.
Não é coerente pensar que Deus agiria de
forma parcial em relação a duas criaturas tão semelhantes. O mérito do direito à igualdade é adquirido pelo animal ao nascer, viver, sofrer e morrer, nas mesmas circunstâncias que nos. E, para aqueles
que acreditam em pecado, demônio, condenação ao inferno etc. vale lembrar que
os animais não correm este risco porque não podem pecar, já que não possuem consciência do que é certo ou errado.
Assim sendo, podemos dizer que a salvação
dos animais que são inocentes, é algo mais certo que a salvação dos humanos, que são conscientes do que é certo ou errado.
Antônio Ferreira Rosa